Sobre

O Mestrado em Agroecologia se adequa plenamente ao plano de desenvolvimento da instituição. A qual se constitui de uma estrutura multicampi, com unidades nas diferentes regiões do estado e com o objetivo de dar acesso ao ensino superior às diferentes comunidades. O embrião dessa instituição foi A Escola de Formação de Professores de Roraima criada pelo Decreto nº. 11 de 24 de março de 1977, com a finalidade de formar e qualificar os professores do ensino fundamental. Em 30 de agosto de 2001, o governo do Estado criou, através do decreto 4.347 – E, a Fundação de Ensino Superior de Roraima – FESUR, com a finalidade de criar e manter o Instituto Superior de Educação – ISE/RR, o Instituto Superior de Segurança e Cidadania – ISSeC e o Instituto Superior de Educação de Rorainópolis – ISER. A Universidade Estadual de Roraima, UERR, foi criada em 10 de novembro de 2005 e instituída com a aprovação de seu Estatuto em 13 de julho de 2006. Trata-se de uma instituição comprometida com o desenvolvimento do estado tendo como missão “Proporcionar a sociedade roraimense mecanismos técnicos, científicos e culturais que possam contribuir para formação integral do indivíduo, para o crescimento econômico e social do Estado, atuando como força transformadora das desigualdades sociais e regionais”. A proposta do mestrado em Agroecologia vem somar a esse compromisso com a sociedade, a ciência e a educação de qualidade, com externalidades positivas para o desenvolvimento da instituição e do estado.

 

PERFIL PROFISSIONAL

A demanda local por profissionais críticos e de visão interdisciplinar faz-se imprescindível diante do contexto histórico, econômico, social, político e ambiental de Roraima. Um programa de mestrado em Agroecologia terá a possibilidade de integrar as ciências, gerar inovações e promover o desenvolvimento rural e agrícola no estado. A qualificação dos recursos humanos trará inúmeras externalidades positivas, as quais beneficiarão especialmente a qualidade de vida das pessoas e a saúde do meio natural de Roraima a fim de deixar um bom legado às futuras gerações. Os profissionais formados por esse programa levarão consigo um olhar cuidadoso, criterioso e zeloso para essa região, comprometidos com o desenvolvimento sustentável. Tal desenvolvimento só é possível com uma sólida educação, perfil científico ético. Uma educação que dialoga somado a uma pesquisa que aplica e se explica com ações extramuros da academia.

 

OBJETIVO

O objetivo do curso é propiciar uma oportunidade de aprendizado e vivência em Agroecologia, através do ensino, pesquisa científica e ação participativa aos profissionais do estado que atuam no setor agrícola e agrário de forma direta ou indireta com a finalidade de instrumentalizá-los para essa ciência. A agroecologia é uma ciência com qualidade interdisciplinar, onde diferentes disciplinas se conectam em busca de possibilidades frente aos desafios que se apresentam hoje e para o futuro, especialmente no que tange à segurança alimentar, a erradicação da miséria e a preservação da natureza. O diálogo entre as diferentes disciplinas proporcionará um ambiente rico de aprendizado ao ser tanto plural pela união dos esforços como também singular pelo produto do conhecimento e pesquisa gerado por essa combinação. O estado de Roraima é dotado de uma riqueza natural e cultural que o torna um local fértil para plantar a semente da Agroecologia, a qual para se desenvolver precisará de esforços na educação, pesquisa e extensão.

 

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO

A agroecologia une práticas tradicionais, o conhecimento científico e a preocupação social para o desenvolvimento econômico local. Ela possui basicamente seis dimensões, ecológica, econômica, social, cultural, política e ética, onde a unidade de análise é o agroecossistema. No agroecossistema, os ciclos minerais, as transformações energéticas, os processos biológicos e as relações socioeconômicas são observados e analisados em seu conjunto. As pesquisas do Programa referem-se ao manejo ecológico, agroflorestal, diagnóstico rural participativo (DRP) e Investigação Ação Participativas (IAP), permacultura, manejo da biodiversidade, turismo rural (agroturismo, ecoturismo e pesca), manejo e conservação do solo, controle biológico, processamento de frutas nativas entre outras. O objetivo dessas pesquisas, dentro do contexto agroecológico, é acima de tudo fornecer subsídios ao manejo sustentável do agroecossistema.

 

LINHAS DE PESQUISA

Linha de Pesquisa 1: BIODIVERSIDADE FUNCIONAL EM AGROECOSSISTEMAS AMAZÔNICOS

Inventário da diversidade da flora e da fauna para fins de aproveitamento das funções biológicas de plantas, microrganismos e animais em processos biológicos para a produção agropecuária sustentável e desenvolvimento de práticas agrícolas com bases ecológicas. As atividades de pesquisa transitarão entre a abordagem qualitativa e quantitativa. A abordagem qualitativa, através dos estudos de caso envolvendo técnicas de diagnóstico rural participativo marcará o início dessa proposta e norteará a pesquisa quantitativa. O conhecimento do todo, através de uma análise holística, nos fornecerá elementos a serem investigados de forma isolada e de forma quantitativa, os quais podem depois serem integrados novamente a análise do todo. Espera-se assim que a pesquisa siga num ritmo harmônico entre o todo e o particular.

Linha de Pesquisa 2: SISTEMAS AGROECOLÓGICOS, GESTÃO TERRITORIAL E SUSTENTABILIDADE NA AMAZÔNIA

Investiga como as diferentes transformações antrópicas atuam sobre a bio ou a sociodiversidade, avaliando o grau e a forma como acontece o impacto e como os recursos naturais, em suas diferentes escalas, respondem a esses impactos. Dessa forma, visa avaliar a relação homem-natureza em diferentes escalas (micro, meso e macroescalas), além de buscar o desenvolvimento de técnicas que mitiguem e manejem áreas com diferentes graus de impacto. O modelo fundiário da Amazônia é composto por terras indígenas, unidades de conservação, florestas nacionais, áreas comunitárias e áreas privadas. É um modelo que não se reduz a terras agricultáveis e não agricultáveis, é muito mais abrangente e trata-se de um bioma frágil, onde grande parte ainda é desconhecida cientificamente. Logo, emerge a necessidade de estudos voltados ao Zoneamento ecológico-econômico (ZEE) na busca do uso racional desses diferentes espaços e redirecionamento de atividades objetivando sua sustentabilidade.